Quer correr mais leve? O truque está no impulso da passada

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Quando vemos um corredor de elite em ação, tudo parece fácil. A passada é leve, o movimento é fluido e cada passo o projeta para frente como se o chão empurrasse de volta. O que faz essa diferença é um pequeno detalhe técnico: o impulso da passada, ou o momento em que o pé deixa o solo.

O que é o impulso e por que ele é tão importante

Durante a corrida, o impulso é o instante final de contato do pé com o chão — quando o calcanhar já está fora e os dedos empurram o solo. É nessa fração de segundo que o corpo ganha velocidade. Um bom impulso transforma força em movimento; um impulso fraco desperdiça energia e sobrecarrega músculos e articulações.

Sem perceber, muitos corredores acabam correndo em frente ao corpo, ou seja, colocando o pé muito à frente do centro de gravidade. Esse erro, chamado de “overstride”, cria um efeito de freio a cada passada. O corpo precisa se estabilizar de novo antes de avançar, e isso torna a corrida mais pesada e lenta.

O problema de correr “travado”

Quando o impulso é ineficiente, o corredor tende a:

  • Atacar o chão com o calcanhar primeiro, o que causa impacto maior nos joelhos
  • Manter o quadril travado, limitando o movimento das pernas
  • Sentir cansaço precoce, já que o corpo gasta mais energia para manter o ritmo

Correndo dessa forma, o corredor trabalha mais — mas rende menos. O segredo está em aprender a empurrar o solo para trás, e não a puxar o corpo para frente.

Como melhorar o impulso

Fortalecer o impulso não exige equipamentos ou treinos avançados. O que faz a diferença são movimentos simples, feitos com atenção e regularidade.

1. Treine a sensação de empurrar o chão

Durante seus treinos leves, concentre-se por 30 segundos em imaginar que está “rasgando” o chão para trás com os pés. A ideia é que cada passada empurre o corpo adiante, com leve inclinação vinda dos tornozelos — sem curvar o tronco. Isso ajuda o corpo a entender o gesto certo.

2. Trabalhe o alongamento do quadril e das panturrilhas

Essas regiões precisam de mobilidade para gerar impulso. Faça assim:

  • Para o quadril: ajoelhe-se com uma perna à frente, empurre o quadril suavemente para frente e segure 20 a 30 segundos
  • Para a panturrilha: encoste as mãos na parede, leve uma perna para trás e mantenha o calcanhar encostado no chão até sentir o alongamento
  • Para o dedão do pé: sentado, puxe o dedão com cuidado para cima, mantendo o calcanhar apoiado

Esses simples alongamentos, se feitos todos os dias, melhoram o movimento e previnem rigidez.

3. Fortaleça os pés e tornozelos

Sente-se em uma cadeira e tente levantar o arco do pé sem dobrar os dedos. Segure por um segundo e relaxe. Repita 20 a 30 vezes. Esse exercício simples ajuda a deixar o pé mais firme e melhora a base para o impulso.

4. Fortaleça o abdômen e os glúteos

Um tronco firme e glúteos fortes ajudam a transferir a força das pernas para frente. Um bom exercício é prender um elástico em um ponto fixo, segurá-lo com as duas mãos na altura do peito e empurrar para frente sem girar o corpo. Isso ativa os músculos que estabilizam o tronco.

5. Use o terreno a seu favor

As subidas curtas são um treino excelente para o impulso. Corra de 10 a 20 segundos em uma ladeira moderada, concentrando-se em empurrar o chão com o pé de trás. Caminhe na descida e repita de 4 a 6 vezes. Esse treino ensina o corpo a aplicar força corretamente.

A diferença que você sente na prática

Quando o impulso está bem treinado, o corpo corre “sozinho”. O corredor percebe que os pés tocam o chão de forma mais leve, a passada se torna mais rápida e o cansaço demora mais a aparecer. O quadril fica mais solto e o movimento mais natural — sinais de que a energia está sendo usada com eficiência.

Além disso, uma impulsão correta reduz o risco de lesões por impacto, já que o corpo passa a absorver melhor as forças e a trabalhar de forma coordenada.

Conclusão: empurrar o chão é correr melhor

Correr bem não é apenas questão de resistência, mas de técnica. Aprender a impulsionar o corpo de forma eficiente é como encontrar um “motor extra” dentro da própria passada. É isso que diferencia quem apenas corre de quem corre leve, rápido e por mais tempo.

O segredo não está na força bruta, mas no gesto certo — e esse gesto começa exatamente no momento em que o pé empurra o chão.

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