Estudo revela que músculos fortes das pernas ajudam a retardar o envelhecimento cognitivo

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Um dos estudos mais interessantes sobre o impacto da atividade física na mente vem do King’s College London, publicado no Gerontology Journal. Durante uma década, pesquisadores acompanharam 324 mulheres gêmeas idênticas, com idades entre 43 e 73 anos, para entender como a força muscular das pernas poderia influenciar o envelhecimento do cérebro. O resultado foi surpreendente: as gêmeas com pernas mais fortes mantiveram uma capacidade cognitiva significativamente melhor, além de apresentarem maior volume cerebral nas imagens de ressonância magnética.

Mais força, menos envelhecimento do cérebro

Mesmo compartilhando o mesmo DNA e estilo de vida similar, as diferenças entre as irmãs eram claras. Aquelas com mais potência nas pernas — medida em watts — tiveram 18% melhor desempenho cognitivo após 10 anos, o que equivale a cerca de 3 anos e meio a menos de envelhecimento cerebral. Além disso, o gêmeo mais forte apresentava mais massa cinzenta e menor atrofia cerebral, mesmo quando fatores como dieta, tabagismo e doenças pré-existentes foram controlados.

O estudo mostrou que não é apenas o exercício genérico que faz diferença, mas a força muscular, especialmente nas pernas, que parece ter papel protetor direto sobre o cérebro. Isso porque o esforço físico nas pernas estimula o sistema cardiovascular, aumentando o fluxo sanguíneo, a oxigenação e a liberação de hormônios e fatores de crescimento que favorecem a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de criar novas conexões.

Como a força das pernas afeta o cérebro

As pernas abrigam os maiores grupos musculares do corpo: quadríceps, glúteos e isquiotibiais. Quando são ativados, eles demandam grande volume de oxigênio e energia, forçando o coração e os pulmões a trabalharem de forma mais eficiente. Esse processo envia uma corrente constante de sangue rico em nutrientes para o cérebro, melhorando sua estrutura e função ao longo dos anos.

A pesquisa ainda identificou que a simples prática de exercícios como subir escadas, caminhar rápido, fazer agachamentos, leg press ou treinos com o peso do corpo já é suficiente para desencadear benefícios neuroprotetores.

Conclusão: fortalecer as pernas é investir na mente

De acordo com os autores, os resultados se mantiveram mesmo entre gêmeos idênticos, o que elimina a influência genética — mostrando que a força física é um fator modificável e independente na preservação da saúde cerebral.

Embora o envelhecimento seja inevitável, fortalecer as pernas é uma estratégia acessível e eficaz para retardar seus efeitos no cérebro. Em outras palavras, cada agachamento pode ser um investimento em anos extras de memória, atenção e raciocínio.

Comece de forma simples, mas constante: caminhar, pedalar, subir escadas ou praticar exercícios de força algumas vezes por semana já pode garantir que suas pernas — e seu cérebro — envelheçam juntos, mas devagar.

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