Por que você não está ficando mais rápido na corrida (e o que fazer para mudar isso)

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Correr é um dos esportes mais democráticos do mundo. Você só precisa de um par de tênis, constância e vontade para começar a evoluir. Mas chega um momento em que o relógio parece não se mover mais: os treinos continuam, as distâncias aumentam, mas o pace não abaixa. Se isso soa familiar, saiba que você não está sozinho. Essa estagnação é comum entre corredores, e entender o motivo é o primeiro passo para sair dela.

Falta de variedade nos treinos

Um dos erros mais frequentes entre corredores é fazer todos os treinos no mesmo ritmo. Quando o corpo se acostuma com uma intensidade, ele deixa de ter estímulos suficientes para melhorar. Corridas fáceis são fundamentais para a base aeróbica, mas é a variação entre treinos lentos e intensos que gera progresso real.

O ideal é combinar corridas regenerativas em Z1 e Z2, com treinos de ritmo, fartlek e intervalados em zonas mais altas (Z3 e Z4). Essa alternância melhora tanto a eficiência do coração e dos pulmões quanto a resistência muscular. Sem isso, o corpo se acomoda e a velocidade estagna, mesmo com aumento do volume.

Treinar sempre cansado atrapalha

Outro motivo para não evoluir é o excesso de treinos sem recuperação adequada. Correr muito, sem descanso, leva à fadiga acumulada e à queda de desempenho. É o que muitos chamam de “overtraining silencioso”: você treina, mas nunca se sente leve ou rápido.

Programar dias de descanso ativo (como uma caminhada leve, pedal ou natação) e dormir bem são estratégias tão importantes quanto o treino em si. O corpo precisa de tempo para reconstruir fibras musculares e restaurar energia, e é nesse processo que a melhora acontece.

Falta de fortalecimento muscular

Correr melhora o condicionamento cardiovascular, mas não substitui o treino de força. Sem músculos fortes, especialmente em glúteos, quadríceps e core, o corpo perde eficiência a cada passada. Além disso, o risco de lesões aumenta.

Inserir duas sessões de musculação ou treinos funcionais por semana faz diferença. Exercícios como agachamentos, avanços, ponte de glúteo e prancha melhoram a estabilidade e ajudam a sustentar o ritmo em treinos longos. Quanto mais forte o corredor, menor o custo energético por quilômetro — e, portanto, mais fácil correr rápido.

Alimentação e hidratação também influenciam

Sem energia suficiente, o corpo não performa. Dietas restritivas, pouca ingestão de carboidratos ou desidratação comprometem diretamente a velocidade. A glicose é o combustível principal para corridas intensas; se ela falta, o corpo recorre à gordura, um processo mais lento.

Além disso, a falta de eletrólitos pode causar cãibras e reduzir a eficiência muscular. Manter uma boa alimentação, com equilíbrio entre carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis, é essencial para sustentar ritmos fortes e treinos mais longos.

A importância das zonas de treinamento

Treinar por frequência cardíaca ou percepção de esforço ajuda a encontrar o equilíbrio entre volume, intensidade e recuperação. Muitos corredores correm rápido demais em treinos que deveriam ser leves e acabam não tendo energia para os treinos realmente intensos.

O ideal é respeitar as zonas de treino:

  • Z1-Z2: base e regeneração
  • Z3: ritmo confortável, mas sustentado
  • Z4-Z5: esforço de alta intensidade e estímulo de velocidade

 

Treinar com consciência nessas faixas evita desperdício de energia e melhora o desempenho geral.

E quando o progresso parece travar?

Mesmo com treinos bem estruturados, o corpo pode entrar em platôs de desempenho — fases em que o progresso desacelera. Nesses momentos, mudar o estímulo é o segredo. Tente variar o terreno, incluir subidas, participar de treinos em grupo ou ajustar o volume semanal. Pequenas mudanças podem reativar o progresso.

Outra dica é revisar seu ritmo nas provas. Muitos corredores começam forte demais e perdem desempenho no final. Aprender a distribuir o esforço e usar o negative split (correr a segunda metade mais rápido) ajuda a conquistar novos recordes pessoais.

O caminho da evolução

Ficar mais rápido na corrida não é questão de talento, mas de combinar estratégia, descanso e consistência. Evoluir exige planejamento, e não apenas esforço. Ao variar intensidades, fortalecer o corpo, ajustar a alimentação e respeitar o tempo de recuperação, o relógio volta a marcar progresso — e cada segundo a menos passa a ser uma conquista construída com inteligência.

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