Lesão muscular: guia completo para voltar aos treinos de corrida

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Lesões musculares estão entre as principais inimigas dos corredores. Seja em treinos curtos de velocidade ou em longões para maratona, a sobrecarga pode levar fibras musculares ao limite, resultando em dor, limitação e semanas de afastamento.

Saber reconhecer os sinais, entender os graus de gravidade e respeitar um processo estruturado de recuperação é fundamental para garantir que o retorno aos treinos seja seguro e sustentável.

Quais são as lesões musculares mais comuns?

Corredores costumam sofrer com estiramentos e distensões, em que as fibras do músculo são alongadas além do limite. Os grupos mais afetados são:

  • Isquiotibiais (posteriores da coxa): muito exigidos em tiros e sprints
  • Quadríceps: sobrecarregados em descidas ou treinos de intensidade
  • Panturrilhas: responsáveis pelo impulso da corrida, sofrem com treinos longos e terrenos duros
  • Adutores: vulneráveis em mudanças de direção, comuns em treinos de trilha ou cross training

Outro problema frequente são as contraturas, quando há um “encurtamento súbito” do músculo, gerando dor localizada e rigidez.

Como classificar a gravidade da lesão?

Os médicos dividem as lesões musculares em três graus principais:

  • Grau 1 (leve): poucas fibras rompidas, dor suportável e pequena limitação. Recuperação em até duas semanas
  • Grau 2 (moderada): ruptura parcial, dor intensa, dificuldade de apoiar ou correr. Exige de duas a seis semanas de tratamento
  • Grau 3 (grave): ruptura extensa ou total do músculo. Pode precisar de cirurgia e requer meses de reabilitação

O que fazer logo após a lesão?

Sentiu dor aguda durante o treino? A primeira regra é parar imediatamente. Insistir pode transformar uma lesão leve em um problema muito mais sério. Nas primeiras 48 horas, aplica-se o protocolo RICE (em inglês, Rest, Ice, Compression, Elevation):

  • Repouso: evite atividades que provoquem dor
  • Gelo: 15 a 20 minutos, 3 a 4 vezes ao dia, para reduzir inflamação
  • Compressão: faixas elásticas ajudam a controlar o inchaço
  • Elevação: manter o membro lesionado elevado auxilia no retorno venoso

Como funciona o tratamento?

O acompanhamento médico é essencial para confirmar o grau da lesão. A partir daí, a fisioterapia entra em cena com recursos como eletroestimulação, ultrassom e exercícios terapêuticos. O processo é dividido em fases:

  1. Controle da dor e inflamação: gelo, repouso e analgesia
  2. Mobilidade leve: alongamentos suaves, sem dor
  3. Fortalecimento progressivo: exercícios para quadríceps, glúteos, core e panturrilhas
  4. Treino funcional: movimentos que simulam a corrida, como passadas, saltos curtos e deslocamentos laterais

Quando voltar a correr?

Não existe uma “receita única”. O retorno depende de critérios funcionais: ausência de dor em atividades do dia a dia, força recuperada e amplitude de movimento preservada. O ideal é recomeçar com caminhadas rápidas, evoluir para trotes leves e, só então, retomar corridas contínuas.

Treinos intervalados, como correr 2 minutos e caminhar 1, são uma boa transição. A progressão deve ser lenta, priorizando a qualidade do movimento em vez da velocidade ou distância.

Como evitar recaídas?

A reincidência é um risco alto em lesões musculares. Para reduzir as chances, siga estas recomendações:

  • Fortalecimento semanal: invista em agachamentos, passadas, levantamento terra romeno, exercícios para panturrilha e core
  • Aquecimento dinâmico: 10 a 15 minutos de exercícios antes da corrida preparam músculos e articulações
  • Alongamento após o treino: ajuda na recuperação, mas deve ser feito de forma leve, sem dor
  • Nutrição adequada: proteínas auxiliam na regeneração muscular; carboidratos garantem energia; gorduras boas e fibras contribuem para a recuperação global
  • Sono de qualidade: é durante o descanso que o corpo reconstrói fibras lesionadas

Volte aos poucos!

Lesões musculares fazem parte da realidade de quem corre, mas não precisam ser uma sentença de afastamento prolongado. Com diagnóstico preciso, tratamento adequado e retorno planejado, é possível voltar mais forte.

Para o corredor, o maior aprendizado é que prevenção e paciência são tão importantes quanto velocidade e resistência. Afinal, respeitar os limites do corpo é o que garante uma trajetória consistente no esporte.

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