Participar de uma meia-maratona ou maratona é um desafio que exige meses de treino, disciplina e preparação. Mas, além da resistência física e mental, muitos corredores carregam uma preocupação: os riscos cardíacos durante provas de longa distância.
Agora, uma boa notícia chega para aliviar esse receio: um estudo publicado no Journal of the American Medical Association revelou que a taxa de sobrevivência em casos de parada cardíaca nessas corridas dobrou nos últimos anos, graças a medidas de segurança implementadas pelos organizadores.
O risco é baixo
Segundo a pesquisa, entre 2010 e 2023, apenas um em cada 166.667 corredores sofreu parada cardíaca em meias e maratonas, um índice muito baixo — cerca de 0,0006%. O dado é praticamente o mesmo registrado entre 2000 e 2009. No entanto, chama atenção o contexto: nesse período, o número de participantes em provas de longa distância triplicou, o que reforça a consistência do risco controlado.
O levantamento também apontou que os homens apresentam ligeiramente mais risco que as mulheres, e que maratonistas são mais vulneráveis do que corredores de meia-maratona.
Sobrevivência em alta
O dado mais animador do estudo está na taxa de sobrevivência: enquanto entre 2000 e 2009 apenas 29% dos corredores que sofreram parada cardíaca sobreviveram, no período mais recente esse número saltou para 66%.
Essa melhora está diretamente ligada a medidas de segurança cada vez mais comuns nas provas, como a presença de desfibriladores no percurso e a disseminação de treinamento em RCP (reanimação cardiopulmonar) entre staffs e até mesmo corredores voluntários. A resposta rápida a emergências tem sido fundamental para salvar vidas.
Por que as corridas ficaram mais seguras
Os organizadores de grandes eventos esportivos investiram em protocolos de atendimento rápido, ampliando o acesso a equipamentos e capacitação. Hoje é comum encontrar desfibriladores em pontos estratégicos do trajeto e equipes médicas preparadas para agir em segundos.
Além disso, campanhas de conscientização vêm estimulando corredores a aprenderem técnicas básicas de RCP, criando uma rede de apoio imediata em situações críticas.
O que isso significa para quem corre
Para os corredores, a mensagem é clara: o risco de problemas cardíacos em provas longas é extremamente baixo, e, mesmo nos raros casos em que ocorre, a chance de sobreviver é cada vez maior.
Isso não significa que os cuidados individuais devam ser deixados de lado. Médicos e treinadores reforçam a importância de:
- Realizar exames cardiológicos antes de iniciar treinos intensos
- Respeitar os limites do corpo e não ignorar sintomas como dor no peito ou falta de ar
- Incluir descanso e fortalecimento muscular na rotina
- Manter hidratação e alimentação adequadas antes e durante a prova
As maratonas e meias continuam sendo desafios intensos, mas a ciência e a organização de eventos mostram que correr longas distâncias nunca foi tão seguro.
Para quem sonha em cruzar a linha de chegada de uma grande prova, a mensagem é de confiança: com treino adequado, acompanhamento médico e a estrutura das corridas atuais, é possível se desafiar sem medo!











