A trajetória de Sebastian Sawe, hoje um dos nomes mais dominantes do atletismo de rua, começou quase por acaso. Em 2022, o queniano foi escalado apenas como pacer na Meia Maratona de Sevilha, encarregado de ditar o ritmo para o pelotão principal — mesmo sem experiência em provas acima de 5.000 metros.
Mas, ao completar sua função, Sawe se sentiu forte, decidiu continuar e cruzou a linha de chegada em 59min02s, quebrando o recorde do percurso e vencendo a prova.
Aquela vitória inesperada marcou um ponto de virada. Em 2024, ele estreou na distância completa na Maratona de Valência, vencendo com 2h02min05s, um dos tempos de estreia mais rápidos da história. Um ano depois, em 2025, consolidou-se entre os grandes ao conquistar Londres e Berlim, ambas na casa de 2h02, confirmando seu status como um dos maratonistas mais consistentes da atualidade.
A ascensão meteórica de Sawe impressiona pela regularidade e frieza com que encara provas de elite. Mesmo em pelotões cheios de estrelas, ele corre sempre à frente, mantendo ritmo forte e sem quedas de desempenho. Aos 29 anos, é visto como o sucessor natural de nomes como Kipchoge e Kiptum — e o homem que pode redefinir o limite humano na maratona.
De pacer “acidental” a protagonista das maiores provas do mundo, Sebastian Sawe simboliza o espírito imprevisível da corrida: às vezes, basta um dia perfeito e uma decisão ousada para mudar toda uma carreira.











