Recordista de Chicago, Ruth Chepngetich é suspensa por três anos por doping

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A corredora queniana Ruth Chepngetich, uma das maiores maratonistas da atualidade, foi suspensa por três anos após testar positivo para hidroclorotiazida (HCTZ) — substância diurética proibida por mascarar o uso de outros compostos dopantes. O caso, investigado pela Athletics Integrity Unit (AIU), lança nova sombra sobre o já desgastado histórico do Quênia com o doping em provas de longa distância.

A amostra que mudou tudo

O exame que levou à punição foi colhido em 14 de março de 2025, poucas semanas após Chepngetich vencer a Maratona de Chicago 2024 com o impressionante tempo de 2h09min56s — o mais rápido já registrado por uma mulher. O resultado gerou desconfiança imediata no meio esportivo, já que superava com folga sua melhor marca anterior (2h14min18s) e colocava sua performance em um patamar inédito na história das corridas de rua.

De acordo com o relatório da AIU, a análise encontrou uma concentração 190 vezes acima do limite permitido da substância HCTZ no exame da atleta. Inicialmente, Chepngetich afirmou não saber a origem da contaminação e entregou todos os suplementos e medicamentos que vinha utilizando. Nenhum deles continha o diurético proibido.

Mudança de versão e confissão tardia

Meses depois, diante das provas, a corredora mudou sua versão. Em uma carta enviada à AIU, ela alegou que havia tomado por engano um remédio pertencente à empregada doméstica, sem verificar o conteúdo. O medicamento, segundo ela, era justamente a hidroclorotiazida — fato confirmado por foto do blister enviada aos investigadores.

A explicação foi aceita, mas não a isentou da punição. A AIU destacou que, independentemente da intenção, a atleta violou as regras antidoping, já que é responsabilidade do competidor garantir que nenhuma substância proibida entre em seu organismo.

O impacto sobre o esporte

Chepngetich, de 31 anos, é tricampeã da Maratona de Chicago e ex-campeã mundial de maratona. Mesmo com a suspensão, seus resultados anteriores — incluindo o recorde de 2024 — ainda não foram oficialmente anulados, o que deve gerar debate nas próximas semanas.

O caso reforça uma crise que o atletismo queniano tenta conter há anos. Segundo a AIU, mais de 60 atletas do país estão suspensos atualmente, em sua maioria por uso de substâncias para mascarar dopagem. O diretor da unidade, Brett Clothier, declarou que a investigação só foi possível graças ao financiamento coletivo de grandes corridas e marcas como Adidas, ASICS, On e Nike, dentro do World Athletics Label Road Race Programme.

O episódio reacende o debate sobre a integridade das provas de rua e a necessidade de controle rigoroso e independente. Apesar de a punição reforçar o compromisso das autoridades com a transparência, o dano à imagem do esporte e à confiança do público é inegável. Para muitos, o nome de Ruth Chepngetich — antes símbolo de excelência — agora ficará marcado por uma das maiores decepções do atletismo recente.

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