Um novo estudo com quase 800 adultos acima de 70 anos trouxe evidências de que o horário da prática de atividade física e a regularidade da rotina são fatores determinantes para melhorar o VO2 Máx, um dos principais indicadores de condicionamento cardiorrespiratório.
A descoberta, publicada em periódico internacional de medicina esportiva, reforça que a qualidade da performance física não depende apenas da intensidade do treino, mas também de quando e como ele é realizado.
O que o estudo descobriu
Pesquisadores analisaram padrões diários de atividade e descanso, conhecidos como ritmos de repouso e atividade, vinculados ao ciclo circadiano, e relacionaram essas informações com o VO2 Máx dos participantes.
O resultado foi claro: aqueles que se movimentavam mais cedo no dia apresentaram valores mais altos de capacidade cardiorrespiratória e melhor eficiência ao caminhar.
A consistência também foi um ponto-chave. Indivíduos que mantinham horários regulares de atividade física e descanso ao longo da semana mostraram melhores índices de saúde e aptidão. Para os cientistas, essa previsibilidade no comportamento ajuda o organismo a se adaptar e a utilizar o oxigênio de maneira mais eficiente.
A importância da intensidade
Outro aspecto observado foi o impacto da intensidade. Os voluntários que praticavam atividades mais vigorosas pela manhã tiveram ganhos ainda maiores no VO2 Máx. Isso sugere que não basta apenas se movimentar: é preciso adicionar estímulos que realmente desafiem o coração e os pulmões, como treinos intervalados e HIIT.
Vale destacar que os pesquisadores consideraram atividade qualquer movimento com intensidade significativa — desde exercícios formais, como corrida ou ciclismo, até tarefas como jardinagem ou faxina pesada.
O que diferencia esta pesquisa
Embora estudos anteriores já tenham apontado benefícios de treinos intervalados e de resistência na melhora do VO2 Máx, esta investigação se destacou por avaliar especificamente o papel do horário do exercício e da consistência semanal em adultos mais velhos. Os resultados indicam que a disciplina no cotidiano pode ser tão relevante quanto a intensidade ou o volume do treino.
Segundo os autores, manter um padrão previsível e carregar a maior parte da atividade física para o início do dia pode ser um “divisor de águas” para melhorar o condicionamento.
Outras estratégias reconhecidas pela ciência
Apesar do foco do novo estudo, outros métodos já têm eficácia comprovada para aumentar o VO2 Máx em diferentes faixas etárias:
- Treinos intervalados de alta intensidade (HIIT): realizados a cerca de 80% da frequência cardíaca máxima, promovem adaptações rápidas no sistema cardiorrespiratório
- Sprints curtos em intensidade máxima: melhoram a eficiência na captação de oxigênio e fortalecem o coração
- Corridas longas em ritmo confortável: aumentam a capacidade do coração de bombear sangue e favorecem a estabilidade do VO2 Máx ao longo do tempo
Além disso, noites bem dormidas estão ligadas a melhores valores de VO2 Máx, já que influenciam diretamente o funcionamento do sistema cardiovascular.
O recado principal
A nova pesquisa reforça que não existe fórmula única para melhorar o VO2 Máx, mas traz uma mensagem clara: treinar cedo e de forma consistente pode fazer a diferença tanto na performance quanto na saúde geral.
O estudo sugere que a disciplina diária, aliada à intensidade adequada, deve ser considerada uma ferramenta poderosa para manter a vitalidade e a independência com o passar dos anos.