Nova York viveu neste domingo (2) uma das edições mais emocionantes de sua maratona. A 54ª TCS New York City Marathon reuniu mais de 50 mil corredores e terminou com duas histórias marcantes: uma chegada histórica entre os homens e um novo recorde feminino estabelecido por Hellen Obiri, do Quênia.
Chegada épica entre os homens
O queniano Benson Kipruto, campeão da Maratona de Boston em 2021 e de Chicago em 2022, adicionou Nova York à sua lista de conquistas com uma vitória no limite: apenas frações de segundo à frente de Alexander Mutiso, também do Quênia. Foi a chegada mais apertada da história da prova masculina.
Kipruto e Mutiso se destacaram do pelotão principal no quilômetro 39, travando um duelo intenso pelas ruas do Central Park. Mutiso tentou um sprint final nos últimos 50 metros, mas Kipruto resistiu, cruzando a linha de chegada em 2h08min09s, com o compatriota oficialmente registrado com o mesmo tempo. O terceiro lugar ficou com Albert Korir (2h08min57s), também queniano, completando um pódio totalmente africano.
Os norte-americanos Joel Reichow e Charles Hicks foram os melhores locais, terminando em 6º e 7º lugares, ambos com tempos abaixo de 2h10 — um feito raro entre atletas dos Estados Unidos em Nova York.
Domínio queniano e recorde histórico no feminino
No feminino, o espetáculo ficou por conta de Hellen Obiri, bicampeã mundial dos 5.000 metros e vencedora em Nova York também em 2023. Desta vez, ela foi além: venceu novamente e quebrou o recorde do percurso, que durava 22 anos.
Obiri cruzou a linha em 2h19min51s, superando em quase três minutos a marca de Margaret Okayo (2h22min31s, de 2003). O resultado confirma a atleta como uma das maiores maratonistas da era moderna, consolidando o domínio queniano nas grandes majors.
Ela duelou durante boa parte da prova com Sharon Lokedi, campeã de 2022, e Sheila Chepkirui, a atual detentora do título, mas disparou na reta final com um ritmo implacável. Lokedi terminou em segundo (2h20min07s) e Chepkirui em terceiro (2h20min24s). As três ficaram abaixo do antigo recorde, evidenciando o altíssimo nível da prova deste ano.
A americana Fiona O’Keeffe, campeã nacional em 2024, foi a melhor representante dos Estados Unidos, em quarto lugar, com 2h22min49s.
Festa popular e clima perfeito
Com temperatura amena e céu parcialmente nublado, a prova percorreu os cinco distritos nova-iorquinos — Staten Island, Brooklyn, Queens, Bronx e Manhattan — diante de um público estimado em dois milhões de espectadores ao longo do percurso.
As ruas vibraram especialmente na chegada ao Central Park, onde o público testemunhou a disputa centimétrica entre Kipruto e Mutiso. A organização descreveu o momento como “a final mais intensa em mais de meio século de história da maratona”.
Resultados – Top 3
Masculino
- Benson Kipruto (Quênia) — 2h08min09s
- Alexander Mutiso (Quênia) — 2h08min09s
- Albert Korir (Quênia) — 2h08min57s
Feminino
- Hellen Obiri (Quênia) — 2h19min51s (recorde do percurso)
- Sharon Lokedi (Quênia) — 2h20min07s
- Sheila Chepkirui (Quênia) — 2h20min24s
Domínio queniano e mensagem simbólica
Com as vitórias de Kipruto e Obiri, o Quênia ampliou seu domínio nas maratonas mundiais. Nas últimas 10 edições da prova nova-iorquina, o país africano venceu 8 vezes no masculino e 9 no feminino, confirmando sua supremacia no cenário das majors.
Um domingo inesquecível
A edição de 2025 da Maratona de Nova York ficará marcada tanto pelo alto nível técnico quanto pela emoção. Entre elites e amadores, mais de 55 mil corredores cruzaram a linha de chegada, muitos pela primeira vez. A festa nas ruas da cidade reforçou o espírito do evento: resistência, celebração e superação.
O próximo desafio das World Marathon Majors será a Maratona de Tóquio, em março de 2026 — e, depois do que se viu em Nova York, a expectativa é de novos duelos épicos e mais recordes pela frente.











