Estudo da UFRGS: atividade física pode evitar 420 mil casos de demência até 2050

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que pequenas doses de movimento podem ter um impacto gigantesco na saúde pública e na economia do país. De acordo com a pesquisa, apenas 10 minutos diários de atividade física moderada ou vigorosa entre adultos inativos poderiam evitar mais de 420 mil casos de demência até 2050.

Além dos benefícios à saúde, o levantamento revela que a prática regular de exercícios traria uma economia estimada em R$ 16 bilhões aos cofres públicos até a metade do século. Caso a população atingisse o nível ideal de 150 minutos semanais recomendados pela Organização Mundial da Saúde, a economia total poderia chegar a R$ 23 bilhões, o equivalente a cerca de 10% do orçamento federal de saúde previsto para 2025.

O impacto da inatividade no cérebro e no sistema de saúde

Segundo o estudo publicado no Brazilian Journal of Psychiatry, a inatividade física é responsável por cerca de 15% dos casos de demência no país. Atualmente, o número de brasileiros diagnosticados com o problema deve triplicar nos próximos 25 anos, alcançando 5,7 milhões de pessoas em 2050. Desse total, R$ 192 bilhões seriam gastos apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em custos diretos e indiretos.

A pesquisa reforça que o movimento do corpo atua como um protetor natural do cérebro. Exercícios regulares ajudam a preservar a memória, melhorar a cognição e reduzir o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Como o exercício protege o cérebro

De acordo com o pesquisador Natan Feter, primeiro autor do estudo, o exercício físico é um “remédio natural” de múltiplos efeitos. Ele estimula a liberação de miocinas, proteínas que fortalecem as conexões cerebrais, melhora o fluxo sanguíneo e reduz processos inflamatórios. Além disso, o treino ajuda a combater a sarcopenia (perda de massa muscular), associada ao declínio cognitivo em idosos.

Movimento acessível e política pública

Os pesquisadores destacam que não é preciso ser atleta para colher esses benefícios. Caminhar, pedalar, subir escadas ou fazer pequenas pausas ativas ao longo do dia já fazem diferença. A mensagem central é clara: mexer o corpo é investir no futuro — tanto em qualidade de vida quanto em sustentabilidade do sistema de saúde.

O estudo da UFRGS reforça uma pauta que vai além do esporte: o incentivo à atividade física como política de prevenção e economia pública, capaz de transformar o envelhecimento da população em um processo mais saudável e menos custoso.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Never miss any important news. Subscribe to our newsletter.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *