A 20ª edição da Antarctic Ice Marathon entrou para a história no último domingo ao registrar um feito inédito: pela primeira vez desde a criação da prova, uma mulher venceu a corrida no geral, superando todos os homens no percurso extremo disputado em solo antártico.
A australiana Catherine Drysdale foi a grande protagonista do dia ao completar os 42,2 km em 3h48min43, em condições severas de frio, neve e vento. A atleta cruzou a linha de chegada em Union Glacier com mais de seis minutos de vantagem sobre o segundo colocado, em uma atuação dominante do início ao fim.
Frio extremo e desafio técnico constante
Conhecida como a maratona mais austral do planeta, segundo o Guinness World Records, a prova foi disputada sob temperaturas próximas de -8 °C, com sensação térmica ainda mais baixa, chegando a cerca de -18 °C. O terreno coberto por neve fofa e gelo torna o percurso tecnicamente exigente, exigindo controle de ritmo, força muscular e grande resistência mental.
A edição de 2025 contou com 53 atletas, sendo 23 mulheres e 30 homens, reforçando o crescimento da participação feminina em provas extremas. O resultado final colocou duas mulheres entre os três primeiros colocados no geral, um marco importante para a história do evento.
Diversidade de histórias e recordes em um cenário único
Além da vitória histórica, a prova também teve destaque para a portuguesa Domitília dos Santos, que aos 70 anos completou a maratona e se tornou a mulher mais velha a concluir a corrida no continente antártico. O evento ainda reuniu atletas de diversos países em distâncias que incluíram maratona, meia maratona e 50 km.
Disputada em um dos ambientes mais hostis do planeta, a Antarctic Ice Marathon segue como um símbolo máximo da corrida de resistência, onde planejamento, adaptação ao frio extremo e estratégia são tão decisivos quanto a condição física. Em 2025, a prova mostrou que, mesmo nos limites do mundo, a história do atletismo segue evoluindo.











