Ex-campeã de Boston levanta suspeitas de doping sobre tempos do feminino em Valência

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A vitória de Joyciline Jepkosgei na Maratona de Valência 2025, com o tempo de 2h14min00, reacendeu um debate sensível no atletismo de elite. A responsável por trazer o tema a público foi Ingrid Kristiansen, ex-recordista mundial da maratona e bicampeã da Maratona de Boston, uma das corredoras mais dominantes da história da modalidade.

Ao comentar a prova em entrevista à emissora pública finlandesa YLE, Kristiansen elogiou a quebra do recorde nórdico por Alisa Vainio, que correu 2h20min48 e terminou em quarto lugar, mas demonstrou ceticismo em relação aos tempos mais rápidos do pelotão feminino.

“Quando vemos resultados de 2h13 ou 2h14, fico sempre muito convencida de que envolvem doping sanguíneo”, afirmou Kristiansen, em declaração à YLE.

A norueguesa, hoje com 69 anos, foi além ao comentar diretamente o desempenho da campeã em Valência. “Se conseguirmos acabar com o doping sanguíneo, ela [Vainio] pode lutar pelo ouro”, disse, novamente em entrevista à YLE.

Histórico e contexto da acusação

Kristiansen deteve o recorde nórdico da maratona por quase 40 anos, desde os 2h21min06 registrados em Londres, em 1985. O marco só foi superado agora, na edição de 2025 da prova espanhola. Ao longo da carreira, a ex-atleta também foi recordista mundial dos 5.000 m e 10.000 m, mantendo simultaneamente os três recordes.

Até o momento, Joyciline Jepkosgei e sua equipe não responderam publicamente às acusações. O histórico da queniana na maratona mostra uma progressão gradual, com estreia em 2019, em Nova York, quando correu 2h22min38, e presença frequente no pódio da Maratona de Londres nos últimos anos.

Debate maior sobre antidoping no atletismo

As declarações surgem em um momento de questionamentos sobre a eficácia do combate ao doping. Recentemente, o presidente da Athletics Integrity Unit (AIU), David Howman, afirmou que o sistema ainda não é suficientemente eficiente para identificar atletas que utilizam métodos sofisticados de dopagem. Em 2024, a AIU suspendeu 305 atletas, um aumento superior a 50% em relação ao ano anterior.

O episódio reforça que, mesmo em meio a avanços tecnológicos, nutricionais e de treinamento, a credibilidade das grandes performances segue no centro das discussões do atletismo mundial.

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