A primeira participação de Eliud Kipchoge na Maratona de Nova York também marcou sua provável despedida das grandes provas de elite. Aos 40 anos, o queniano — bicampeão olímpico e considerado o maior maratonista da história — terminou em 17º lugar, com 2h14min36s, mas chamou atenção por outro motivo: a roupa futurista que usou durante a corrida.
A camiseta misteriosa que ninguém pode comprar (ainda)
Kipchoge correu vestindo um modelo inédito da Nike, o Radical AirFlow Top, desenvolvido com foco em resfriamento e circulação de ar. A peça, ainda não disponível ao público, deve ser lançada apenas em 2026, junto com o tênis Nike ACG Ultrafly, voltado para o trail running. O tecido foi criado com microdutos de ar que canalizam o vento em direção à pele, acelerando a evaporação do suor e mantendo o corpo mais frio — um conceito inspirado no Princípio de Bernoulli, da dinâmica dos fluidos.
Tecnologia de ponta para o corpo em movimento
Segundo Jahan Behbahany, diretor de inovação de vestuário da Nike, o objetivo foi “acelerar o fluxo de ar até a pele para aprimorar o resfriamento natural do corpo”. A equipe utilizou uma malha de engenharia especial com química hidrofílica, projetada para absorver a umidade e aumentar a sensação de ventilação. O design conta ainda com pequenos “dimples” (relevos) e orifícios em formato de funil que direcionam o ar por diferentes pontos do corpo — um conceito já testado com sucesso em provas como a Western States 100 e o Ultra-Trail du Mont-Blanc.
Um toque pessoal do maior maratonista da história
A Nike enviou protótipos a Kipchoge meses antes da prova, durante sua preparação no Quênia. O atleta respondeu com anotações manuscritas, sugerindo melhorias no caimento, na ventilação lateral e na leveza. As sugestões foram incorporadas, resultando em um modelo semi-personalizado, adaptado para a maratona de rua. Kipchoge acabou escolhendo a versão branca da camisa, combinada a um protótipo dos tênis Alphafly de nova geração e a um relógio Coros Pace 4 ainda não lançado.
Uma nova fase além das Majors
Apesar do desempenho modesto para seus padrões, Kipchoge afirmou que não vai se aposentar. Ele pretende correr nos sete continentes e promover o “evangelho da corrida”, defendendo o esporte como ferramenta de saúde física, mental e ambiental. Aos 41 anos recém-completos, ele continua inovando — seja pela performance, seja pelo que veste.











