Silvana Pereira, nascida em 5 de maio de 1965, é uma figura emblemática do atletismo brasileiro, sendo a recordista brasileira e sul-americana da meia-maratona (21.1K) desde 1991!
Sua trajetória é marcada pela disciplina, determinação e conquistas que a consagraram. Vamos conhecer mais sobre Silvana, até hoje uma referência brasileira em provas longas.
O recorde histórico da meia-maratona
Em 1991, na meia-maratona de Florianópolis, Silvana Pereira cravou um tempo de 1h11min15s, um recorde que permanece imbatível até hoje. Perguntada sobre a durabilidade dessa marca, ela afirma que não considera a marca “à frente de seu tempo”, mas destaca que foi favorecida por condições ideais e por uma época com grande competitividade.
“Na época estava em excelente forma e a prova foi realizada em Florianópolis, em condições ideais — ao nível do mar, num percurso praticamente plano e que conhecia muito bem”, diz ela, relembrando os detalhes do dia histórico.
Para ela, a marca permanece, de certa forma, como um símbolo de um período do atletismo brasileiro no qual havia uma vasta lista de atletas de elite, o que, segundo Silvana, também contribuiu para o seu tempo tão incrível.
“Quando competia havia uma vasta lista de atletas com marcas muito próximas ou até melhores do que a minha — Carmem de Oliveira, Solange Cordeiro, Janete Mayal, Angélica de Almeida, Roseli Machado, Rizoneide Wanderley, Viviane Anderson, Márcia Narloch, Cleusa Irineu, entre outras”, relembra.
Silvana admite não recordar totalmente do dia de seu recorde, mas se lembra que estava determinada a conseguir uma grande marca. “Na nossa época, quando íamos para uma competição, tínhamos sempre em mente fazer o melhor. Ao fazer um bom resultado ficava o sabor da conquista e que o objetivo foi cumprido, mas sempre a sensação de que podíamos fazer melhor”.
Carreira de sucesso
Além desta marca, diversas outras conquistas marcaram a vitoriosa carreira de Silvana Pereira. Sua primeira grande medalha sênior veio no Campeonato Sul-Americano de Atletismo de 1989, onde foi vice-campeã nos 1500 m.
Em 1990, Silvana brilhou no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo em Manaus, quebrando o recorde da competição nos 3.000 metros com o tempo de 9min10s17. Ela ainda garantiu uma prata nos 10.000 metros, reforçando sua posição como uma das maiores do atletismo sul-americano.
Já em 1993, ela conquistou o título sul-americano de cross country e, no ano seguinte, destacou-se ao garantir o terceiro lugar na corrida longa da mesma competição. A temporada de 1994 foi marcante para sua carreira, com grandes conquistas que incluíram a conclusão de provas de 5.000 e 10.000 metros em dupla no Campeonato Nacional Brasileiro, além de uma participação igualmente notável nas provas de 3.000 e 10.000 metros em dupla no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo.
Silvana, rainha da meia-maratona brasileira
A marca de Silvana na Meia-maratona de Florianópolis segue até hoje sendo uma das mais importantes do atletismo nacional. “A meia-maratona é uma prova muito especial e era sem dúvida a minha distância preferida quando se refere a provas de rua”, relembra.
“As estratégias dizem respeito a cada atleta e visam sempre um determinado objetivo a atingir. Quando estamos numa condição física ideal, o resultado surge de uma forma natural. Nessa meia-maratona foi exatamente o que se passou e eu estava longe de pensar que seria uma marca de tão longa duração ou que perduraria tantos anos como recorde nacional”.
Essa marca pode ser quebrada?
Perguntamos a ela sobre suas expectativas com relação a quebra desta marca. “As minhas expectativas sobre a quebra dessa marca são bem realistas. Sim, é uma marca que nos tempos que decorrem será fácil de se bater”, diz de forma enfática. “Há 33 anos, com o nível de atletas que tínhamos, também o era. Eu própria sabia que poderia ter feito melhor, bastava estar num período bom da forma física, com adversárias ideais, e direcionar o objetivo para uma meia-maratona específica”, garante.
Segundo ela, hoje temos outras condições de treinamento avançado e nutrição dos quais as atletas podem se beneficiar para melhorar os seus resultados. “Hoje em dia as atletas beneficiam de outras condições, mas por vezes não são dedicadas ao treino, perdem o foco no que é essencial e se dispersam na divulgação e na preservação da sua imagem, ocupando parte do seu tempo desnecessariamente no que pouco interessa” , analisa.
Ela garante que não teme que sua marca seja batida, pelo contrário, acredita que seja uma realidade que acontecerá em breve. “Apenas desejo que o resultado seja obtido sem qualquer engodo sintético… bem suados, tanto no treino, como na competição, com alegria de correr nas pernas e na mente. O desejo de vencer começa na sua dedicação de corpo e alma ao que faz. Nenhuma conquista se torna em vitória se não for verdadeira!”, finaliza.
Hoje, Silvana Pereira mora em Portugal, mas segue sendo um ícone brasileiro e sul-americano nas provas longas. Sua marca histórica, ainda imbatível, é mais do que um tempo registrado: é a prova de que a dedicação e o amor pelo esporte ultrapassam as barreiras do tempo.
